A tradição, de acordo com alguns dicionários, é: um costume passado de geração a geração. Esse hábito acaba por solidificar alguns estabelecimentos, por exemplo.
O caso não é diferente no bairro Buritis, que possui seus locais característicos e habituais. Existem comércios com quase a mesma idade do bairro, e outros que, apesar dos poucos anos de existência, já são tradicionais aos olhos dos moradores.
Que fique bem claro, nessa reportagem não focamos em todas, nem mesmo grande parte das comercializações presentes na região do Buritis. Procuramos focar em personagens que mostram a “cara” das comerciantes de pequenos nichos.
Déborah
Bernardo
do bairro Buritis
AS COMERCIANTES
Diego
CORSINO
FRANCO
GONÇALVES
Jean
BRITO
William
ARAÚJO
Há vários tipos de comércio no Buritis e, com a verticalização acelerada, algumas grandes franquias aportaram no bairro. Entretanto, ainda existem muitos negócios de nicho, o que parece ser a fórmula do sucesso das instituições mais antigas.
Focaremos repartições diferentes, serão elas: uma floricultura, uma revistaria/papelaria, um estabelecimento de conserto de roupas e uma loja de materiais elétricos. Todos eles com tradição no bairro Buritis.
Duas destas instituições possuem pelo menos 20 anos. A loja de conserto de roupas está em atividade desde 2013, mas não deixa de ter uma tradição semelhante à das outras. Solange Salomé é a comerciante proprietária do estabelecimento.
Para construírem uma imagem tradicional, os comércios do bairro necessitam de uma economia estável, que os mantenha por vários anos.
Ao entrevistar as comerciantes, todas responderam que o comércio de bairro é um negócio familiar. Esse mercado possui grande proximidade com o cliente e, de acordo com os elas, tal fator é um diferencial para que os compradores escolham o comércio bairrista.
Ainda, conforme a pesquisa, a qualidade do atendimento e a variedade de produtos são outro grande fator. Aparecendo com 77,7% e 76,8%, respectivamente. A localização aparece na quarta posição, com quase 70% das opiniões.
BURITIS, UMA HISTÓRIA DE FAMÍLIAS
A área ocupada pelo bairro Buritis, até o início da década de 1970, era considerada Zona Rural. O bairro era uma fazenda particular. Somente em 1973, a fazenda começou a ser desmembrada e terrenos menores começaram a ser vendidos. As primeiras casas do bairro, começaram a ser erguidas em 1981.
No início dos anos 1980, o local foi prometido em um empreendimento da CONVAP como o último portal de ocupação familiar da zona sul belo-horizontina, e que seu crescimento não seria verticalizado. Na mesma época, foram implantadas as principais ruas do bairro, fazendo a ligação com a Avenida Raja Gabáglia.
Naqueles tempos o bairro era habitado por algumas dezenas de moradores, apenas. A região ficou, eventualmente, isolada da cidade, e assim permaneceu por vários anos, até que em 1988 o quadro começou a se modificar.
A mudança de classificação da área, que passou a ser considerada como Zona Residencial, aliada a saturação das áreas disponíveis na Zona Sul, fez com que os interesses imobiliários se voltassem naturalmente para o bairro, passando a ser, realmente, a última área livre da Zona Sul, apesar de estar inserida na fronteira entre Sul e Oeste.
É possível ver na fotografia a antiga placa de identificação do loteamento Buritis. A placa está posicionada em frente à rua Ernani Agrícola. Foto cedida ao Jornal Daqui BH pela CONVAP.
É possível identificar nesta fotografia os locais em que hoje estão o Colégio Magnum e UniBH. Foto cedida ao Jornal Daqui BH pela CONVAP.
É possível identificar nesta fotografia toda a extensão da avenida Professor Mário Werneck com o UniBH ao fundo. Foto cedida ao Jornal Daqui BH pela CONVAP.
É possível ver na fotografia a antiga placa de identificação do loteamento Buritis. A placa está posicionada em frente à rua Ernani Agrícola. Foto cedida ao Jornal Daqui BH pela CONVAP.
Logo começaram a surgir diversos prédios residenciais de pequeno porte, oferecendo, segundo as construtoras, o “padrão Zona Sul” a preços mais acessíveis. Dessa forma, o bairro Buritis experimentou, a partir de 1991, um crescimento veloz e verticalizado.
O mercado imobiliário da região se aqueceu. As transações foram fechadas rapidamente, tanto para locação quanto para a venda. E, até hoje, continua em alta a procura por novos imóveis.
O Estoril, considerado naquela época um local a esmo, acabara de receber saneamento básico e iluminação pública. Contudo, pela falta de moradores, virou um grande bota-fora de entulhos e as poucas casas existentes eram constantemente assaltadas.
As residências eram erguidas em dois ou mais lotes, formando mansões, o que caracteriza a parte mais antiga e interna do Estoril. São quase, exclusivamente, residências unifamiliares, sendo raras as construções de prédios no local.
Esta parte começa na Avenida Raja Gabáglia, do lado direito de quem vem do BH Shopping, e se estende até o entroncamento com a Avenida Barão Homem de Melo. Esse trecho também é conhecido pelo forte apelo comercial, com grande quantidade de lojas de automóveis. Quadras poliesportivas e academias de ginástica também se estabeleceram ali.
O comércio na avenida Professor Mário Werneck, acompanhado pelo fluxo de transeuntes e veículos, também cresceu. Hoje, o bairro Buritis é o segundo mais populoso de Belo Horizonte, com 30 mil habitantes, em média.
Uma das características mais marcantes do Buritis é o grande número de empreendimentos comerciais, especialmente bares e restaurantes. Além disso, o bairro possui uma infraestrutura completa em termos de escolas, academias, quadras de futebol e tênis, universidades, shoppings, escritórios e cinemas.
Duas universidades, UniBH e Newton Paiva, têm seus campus na região e recebem juntas mais de 15 mil alunos. Escolas de idiomas e colégios tradicionais como o Magnum e o Efigênia Vidigal estão no bairro desde 1997, e já possuem duas unidades na região. Juntos, os colégios oferecem do maternal ao 2º grau e atendem mais de mil alunos.
O Shopping Paragem é outra opção de lazer do bairro, o lugar tem 3 mil metros quadrados de área e foi projetado para receber mais de 80 mil clientes por mês, tanto do Buritis, quanto de outros bairros do entorno, como Estoril, Santa Lúcia, Mansões e Belvedere.
Segundo a última pesquisa da Fecomércio Mg, as lojas de bairro são as preferidas do consumidor. O tópico com maior porcentagem, na opinião dos compradores, é o preço das mercadorias, que aparece com 91,3% das citações. De acordo com os comerciantes , isso acontece porque as formas de pagamento são mais variadas.
A economia para os negócios bairristas, no ano de 2016, foi estável e não apresentou complicações para a maioria dos comerciantes. De acordo com as pesquisas da Fecomércio Mg, 59,4% dos comerciantes tiveram faturamento estável.
De acordo com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), tais segmentos de comércio obtiveram crescimento e conseguiram se manter independente da crise atual. Ainda segundo a instituição, o nicho mais comum nos comércios de bairro é o salão de beleza.
ECONOMIA
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Para a maioria dos empresários de Belo Horizonte (59,4%), o faturamento de junho se manteve estável ou aumentou na comparação com maio, de acordo com a Análise do Comércio Varejista, elaborada pela área de Estudos Econômicos da Fecomércio MG.
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Com a Páscoa chegando, crianças, pais, religiosos e trabalhadores se preparam para aproveitar o feriado. Açougues, peixarias e supermercados passam a priorizar a exposição de peixes e chocolates e algumas famílias organizam suas reuniões.
LOJAS
Dubitrix -
Av. Professor Mário Werneck, 2641 - Buritis, Belo Horizonte - MG, 30575-180 Telefone: (31) 3373-1079
Conserto de Roupas Salomé -
Av. Professor Mário Werneck, 2.641 (ESTACIONAMENTO DO SUPER NOSSO) - BURITIS - BELO HORIZONTE (31) 9256-1508
Floricultura Mirelly -
Av. Professor Mário Werneck, 2641 - BURITIS (31) 3378-9190
Centro Eletrônico -
Av. Professor Mário Werneck, 2614 - Buritis, Belo Horizonte - MG, 30575-180 Telefone: (31) 3378-9719